sábado, 25 de julho de 2009

21 perguntas para Chris Weitz

Chris Weitz é o, um, diretor masculino com a tarefa épica de trazer o romance doloroso Lua Nova para as grandes telas. Ele explica como – e mais, suas considerações em assumir a quarta seqüência, Amanhecer.

Qual foi o seu interesse em ingressar em uma franquia como essa, ela tem sido predominantemente mais popular entre mulheres do que homens?

Chris Weitz:
Na verdade, nessa perspectiva, eu e meu irmão freqüentemente acabamos fazendo filmes nos quais a audiência é predominantemente de mulheres, ou aqueles que tem mais sucesso entre a audiência feminina. Até mesmo American Pie.

Uma vez que a série Crepúsculo é uma atração global para mulheres, eu acho que ela mostra que realmente concentra nas emoções da personagem principal e no romance. E acho que existe alguma coisa, sinceramente, com o sistema de estúdio, que faz com que ele não seja tão bom em atrair os garotos. Eles pensam, talvez de maneira correta, que todo o gênero masculino está interessado em coisas explodindo, e robôs e esses tipos de coisas. Eu não que isso seja inteiramente verdade. Eu certamente não fiz esse filme com os olhos voltados apenas no que garotas ou mulheres estariam interessadas em ver. Existe uma grande diversidade de audiências, incluindo as mais velhas.

Mas sério, francamente, eu fui apresentado para o elenco e achei que o núcleo central estava ótimo, e queria trabalhar com eles. E isso meio que também implicou em algumas habilidades que peguei ao longo do caminho, incluindo trabalhar com atores jovens e trabalhar em histórias que são meio que focadas no emocional.

Crepúsculo, como você disse é bem emocional, e claro, contém muitos elementos de computação gráfica e ação. Você diria que você está na sua zona de conforto? Este é um terreno familiar para você? Obviamente o seu trabalho anterior era muito guiada pelo personagem.

CW:
Eu nunca estou realmente em uma zona de conforto ao fazer um filme. Eu estou numa zona de desconforto, porque você sempre meio que está trabalhando sob circunstâncias que te pressionam, já que você não tem uma quantidade ilimitada de tempo e dinheiro para fazer essas coisas, mas existe numerosas coisas com as quais eu estava familiarizado, e o suficiente que pude fazer o que era realmente importante, o que não inclui os efeitos especiais de fundo ou os elementos de ação, mas fazer eles se ajustarem dentro da história. Você nunca quer realmente que alguém assista o filme e diga, “Wow, tinha ótimos efeitos especiais”. Você espera que eles não notem a maioria deles, na verdade.

Obviamente, pessoas vão notar os lobos em tamanho de cavalos e perceber em algum ponto que eles são efeitos especiais, mas eles são foto-realísticos e deveriam ser tão expressivos como um ator, se possível. Então em termos de dominar esse tipo de processo, sim, é algo com o qual eu estou acostumado.

Quando estivemos no set e conversamos com o produtor, ele nos disse, “Sim, ainda estamos trabalhando em alguns designs para o bando de lobos”, e depois, acho que umas duas ou três semanas mais tarde, nós vimos a ótima tomada (dos lobos) concluída. Isso foi o mais rápido que você já trabalhou?

CW:
Foi. Eu mesmo fiquei surpreso de a companhia de Phil Tippett ter sido capaz de concluir aquela tomada dos lobos. E acho que eles meio que a fizeram como uma questão de orgulho institucional da maneira que puderam. Até aquela tomada que estava no trailer passou por umas 20, 30 iterações até ficar pronta, mas eles fizeram um trabalhado verdadeiramente extraordinário. Phil Tippett é um complete gênio. Ele foi o responsável pelos andadores em Guerra nas Estrelas e O império Contra-Ataca, ele é como uma lenda na comunidade de efeitos visuais. E foi realmente incrível o que eles foram capazes de fazer em um tempo tão curto.

Estávamos trabalhando meio que em uma velocidade acelerada, e ao mesmo tempo eu estava, de fato, tentando alcançar algo também bem elegante. E não foi somente o Tippett, como também a Frantic Studios, que é comandada pelo Mike Fink, que é meu velho amigo e que foi o supervisor de efeitos visuais em A Bússola de Ouro, que ganhou o Oscar no ano em que foi lançado. Então, sim, nós trabalhamos muito rápido, mas também tentamos trabalhar o mais belissimamente possível para fazer os efeitos especiais se ajustarem dentro da cinematografia realmente sensacional que o Javier Aguirresarobe nos trouxe. Nós meio que nos movimentamos na velocidade da luz, mas ainda tentamos entregar algo que e bem elegante e bonito.



Você pode nos contar o quanto falta para terminar agora?
CW:
Bem, deixe me ver... eu tenho mais duas semanas para mostrar o meu corte de diretor para o estúdio. Tenho alguns lobos com pelo, e alguns lobos ainda estão invisíveis [risos] ... basicamente. Alguns lobos ainda estão tipo, vocês provavelmente já viram os que são tipo animação. Nós ainda estamos na ultima fase de pesquisa e desenvolvimento de como o Edward e os outros vampiros vão ficar quando são atingidos pela luz, o efeito diamante e também o efeito da alucinação da Bella porque quando ela voz dele, ela o imagina.

Alexandre Desplat acabou de começar a trabalhar em sua musica para o filme. E nós estamos começando a juntar as bandas que estarão na trilha sonora, então é como girar 10 pratos ao mesmo tempo. Mas está tudo bem porque temos Alexandre Desplat, que na minha opinião é um dos melhores compositores de filmes e por causa da grande força da franquia que eu herdei, muitas pessoas estão interessadas em trabalhar na trilha sonora e temos ótimas pessoas para fazer os efeitos especiais. Então isso me deixa esperançoso para não deixar a peteca cair em relação a editar e juntar a historia.

Parece muito...
CW:
E é muito… Então nós vamos no Comic-Con dia 23 onde mostraremos algumas cenas para quem consiga entrar no auditório. É muita coisa, mas é divertido ao mesmo tempo.

Já que você mencionou a musica, o Alexandre Desplat vai usar o tema do Carter Burwell ou alguma variação?

CW:
Sim porque em como em toda franquia, existem certas coisas que se tornam familiares. Eu suspeito que ele vai dar alguma mudada, e a maioria das musicas serão novas à franquia, porque o estilo dele é diferente do de Carter Burwell. Mas eu acho que existe algo de valioso em ter coisas familiares – Eu acho que a palavra é recorrente – durante toda a serie.

Você ficou surpreso com o numero de bandas querendo estar na seqüência? Você teve que dispensar alguém?

CW:
Felizmente, eu não estou no período de dispensar ninguém ainda, porque tudo ainda está no ar. Mas eu fiquei surpreso e feliz com algumas das bandas que disseram estar interessadas. É ótimo. O critério ainda será o que pode ou não ser bom para o filme naquele momento. Thom Yorke está interessado. Nós podemos, se tivermos sorte, ter Kings of Leon. Então é empolgante ter acesso a esse tipo de talento.

Você pode nos contar sobre o mini filme Face Punch?
CW:
O engraçado é que eu tive que inventar o nome de um filme dentro de um filme. E o primeiro, acho que foi chamado no livro de Crossfire ou Crossharis, ou algo desse tipo, e não podia ser utilizado porque já tinha sido usado. E você ficaria chocado com o numero de nomes ridículos de ação que já viraram filmes.

Eu eventualmente olhei uma lista de 10 filmes da Summit cujos nomes poderiam ser usados, e Face Punch era um dos dois, então escolhi era ou esse ou Kill Hunt. Então agora alguém pode fazer Kill Hunt, mas Face Punch é nosso. Eu e meu irmão brincamos que deveria existir um filme Face Punch no qual as pessoas ficam dando socos uma na cara da outra, mas é um tipo de filme dentro do filme. É a coisa menos romântica e por isso Bella pensa em ir, já que seu amigo a chama para sair, e ela não quer que nada romântico aconteça.

A Stephenie te falou algo sobre isso?
CW:
Bem, ela me deu uma camiseta com o logo do Face Punch. Ela também é fã da cultura popular, essa cultura absurda, então acho que ela gostou do nome do filme.

Vai estar no DVD?
CW:
O filme? [risos]. Não. Infelizmente o Face Punch não existe. Talvez será algo que os fãs façam. Você ouvirá os sons do Face Punch, vai ter muita gente levando tiros e tendo seus pedaços arrancados por outros. Tem uns outros filmes imaginários que são citados dentro desse filme e do jeito que ele satiriza filmes de outros gêneros de um jeito breve e leve. Essa é o exemplo do filme-de-ação-mais-ridiculo já imaginado.

Você sofreu alguma pressão por entrar num projeto que se tornou um grande fenômeno da cultura pop?
CW:
Sim, definitivamente existe. Eu acho que é algo imposto por mim mesmo porque os fãs me apóiam e são extremamente gentis. Uma coisa que é interessante sobre os fãs de Crepúsculo é que eles não são como meninos no sentido de começar cínicos. Ela na verdade começam ficando entusiasmados e querendo que o filme seja bom e seja bem feito.

Eu sinto uma grande responsabilidade, mais em relação aos leitores do que a franquia do filme, porque eu acho que é essa experiência que você quer. A experiência de alguém lendo os livros pela primeira vez, ou segunda, terceira, quarta só galopando por eles do jeito que você le livros quando criança e você fica completamente absorvido por ele. Tentar providenciar uma experiência que complemente isso. Então isso significa ficar em contato com a Stephenie sem tentar adivinhar o que a pessoa esta pensando, e sempre pensar nas coisas com um jeito de lealdade aos fãs.

Qual é sua cena favorita do filme?
CW:
Francamente tivemos muitas cenas para filmar. E eu gostei muito das cenas dos Volturi, apesar de serem uma dor de cabeça em relação a logística. De um modo são as cenas que você mais teme porque consomem muito tempo e você tem que acertá-las, o que acontece com as cenas dos Volturi ou as cenas filmadas em Montepulciano. Eu acho que essa é minha cena favorita porque é tipo o grande momento do filme, quando a Bella tenta impedir que o Edward se mate.

Nós tivemos 1,000 extras nessa praça medieval em uma cidade na Toscana no pais mais bonito da terra. É uma oportunidade extraordinária trabalhar lá e também é surreal porque todo fã europeu de Crepúsculo deu um jeito de chegar a Montepulciano e arranjar um quarto de hotel, algumas vezes no mesmo hotel em que nós estávamos hospedados. Então teve um tipo de Beatle-mania acontecendo nessa pequena e linda cidade, e por cinco diz foi um tipo de atmosfera festiva bizarra. E não incomodava. Era gratificante que todas essas pessoas aplaudiam depois de cada tomada, mesmo que nós tivéssemos errado. Elas não tinham Idea porque não estavam perto o suficiente para ouvir, mas se você olhasse em uma direção na qual as câmeras não estavam apontando você veria centenas de garotinhas que vieram somente tocar em algo que elas amavam.

Você consegue falar sobre como foi ter esses personagens estabelecidos e entrar como um novo diretor. Você aprendeu algo falando com alguém ou fez do seu jeito?
CW:
Eu acho sempre chego em um filme sabendo que m ator confiante provavelmente saberá o mesmo ou até mais que eu sobre seu personagem, mesmo se não for uma franquia porque esse é seu trabalho, mas em especial no caso em que eles fizeram esses personagens se apaixonando. Eles viveram com esses personagens junto com a franquia já por um tempo.

Meu primeiro trabalho foi perguntar a eles o que acharam do script e o que acharam que aconteceria com seus personagens e trabalhar com eles. Obviamente seria uma experiência diferente para eles, será um tipo diferente de filme porque eu sou menos moderno que a Catherine em termos de gosto por filmes e em termos do jeito que o filme vai ficar. Então foi como um balanceamento entre o respeito a tudo que eles trouxeram conhecendo os personagens tanto quanto conhecem, e o que eu achei que poderia trazer.

E também foi ótimo estar com Taylor Lautner, que veio de um personagem que tinha três pequenas cenas no primeiro filme, ele só trabalhou uns 3 dias no primeiro filme, e agora é um personagem dominante do segundo. Isso foi um processo muito, muito, muito engraçado, também porque ele é um ótimo cara. Todas as crianças, como eu gosto de chamá-los, porque eu tenho 39 anos, o dobro da idade deles, foram divertidas de trabalhar e muito inteligentes, espertas sobre isso.

Falando sobre a cena da proposta no final do livro. Os fãs estão preocupadas dela ter sido alterada ou cortada. Você pode falar algo sobre essa preocupação?
CW:
Ela não foi cortada, eu posso te dizer isso. Não vai atingi-los do jeito que eles estão pensando, mas eu direi isso, eu tenho que colocá-la. Será muito especial. Eu meio que guardei meu gosto para esse momento. Não acho que vá desapontá-los.

Os Volturi. Você pode falar sobre sua visão para esse novo grupo de personagens?
CW:
Não importa quão estranho seja um personagem em um trabalho de fantasia, eu aço que você tem que tratá-los como pessoas, e então você começa a pensar, bem...eles estão vivos há 2,000 anos. Como eles viveriam? Como eles interagem entre eles? A conclusão é que depois de 2,000 anos, você seria provavelmente mais que meio doido, não importando quanta cultura você tenha ou quão gracioso você aparente ser.
Eu acho que é isso que o Michael Sheen conseguiu passar com o Aro, o chefe dos Volturi, que é assim na gracioso na aparência, gentil, um ótimo anfitrião e ao mesmo tempo é absolutamente letal e assustador; o que Dakota Fanning também faz com Jane. Ela por fora é muito inocente, incapaz de fazer algo ruim, como uma adolescente, mas no fundo ela é absolutamente mortal.

A primeira coisa que eu queria fazer era colocá-los em um lugar que não fosse tipo o castelo do Drácula. Porque eu acho que isso já foi feito antes, e tem tantos filmes de vampiros e lobisomens e filmes de terror onde tudo é triste, escuro e aqui tudo é azul ou verde, e o seu submundo é claro e vivo e os personagens em tipo uma realidade neles, não importando quão bizarra é sua situação. E isso ter a ver não com deixar Forks, onde tudo é muito realista e ir a uma locação que te tira do filme.

Então esse é um equilíbrio difícil de alcançar. E o set, apesar de ser grande e magnífico, parece um lugar real. Você sempre tema opção nesse tipo de situação, de filmar tudo em uma tela verde e colocar o cenário depois, e eu já fiz isso antes, mas nesse caso, era importante construir algo que envolvesse os personagens, algo no qual eles pudesse interagir e ter a sensação de existir em um espaço de verdade.

Tem muita especulação dos fãs de como os Volturi serão e do que eu já li e vi, eles se encaixam na marca. Nós veremos os Volturi em algum dos próximos trailers ou scans de publicidade, ou será segredo até o lançamento do filme?
CW:
Eu acho que eles estarão em alguma publicidade. Eu não tenho certeza se estarão ou não nos trailers. Eu acho que essencialmente nosso objetivo é fazê-los parecer como estão descritos no livro e não exagerar demais. Foi muito importante para Stephenie que os lobos se transformassem muito rápido e que se pareçam com lobos, então não temos aquele esquema mágico de transformação, e acho que a razão por trás disso é que faz sentido em sua realidade. EU acho que isso também é importante em relação aos Volturi. Eles não estão levitando acima do chão. Eles não estão cercados de auras místicas, eles são criaturas que existem, são muito específicos, tem estilo, são elegantes, e são muito perigosos. Mas essencialmente é muito fiel ao livro.

Você falaria sobre esses rumores de que você possa voltar e dirigir Amanhecer? E se já estão falando algo sobre a continuação de Eclipse, Amanhecer em termos de planejamento?
CW:
Eu acho que é muito charmoso isso já que mesmo sem ver Lua Nova as pessoas ficam entusiasmadas comigo e querendo que eu faça Amanhecer. Eu acho que a prova esta no pudim e que eles devem ver Lua Nova primeiro antes de decidir se querem que eu faça algo mais com a serie. Mas eu espero ganhar esse tipo de rumores.

Eu ainda não falei com a Summit sobre isso. Tudo que eu sei é que estaria muito cansado para fazer Eclipse então era melhor que alguém assumisse para poder colocar sua própria marca nele e por causa do jeito que os filmes estão sendo filmados isso teria acontecido. Mas em termos de planejamento, o David Slade veio quando nos estávamos filmando o final de Lua Nova e eu mostrei a ele tudo que pude para dar a ele o senso da direção na qual estamos indo.

Ele vai fazer do jeito que quiser e terá seu próprio estilo nas coisas, mas como eu incorporei algumas coisa da Catherine, ele fará o mesmo comigo e escolhera se quer mantê-las ou alterá-las. Tippett vai fazer os lobos para o Eclipse, então tem uma continuidade em termos do jeito que os lobos serão e obviamente o elenco será o mesmo. Então a Dakota é a Jane e os Volturi são as mesmas pessoas que já conhecemos, mas fora isso, é o show do David. Quando o filme sair eles vão querê-lo para fazer o Amanhecer e não eu.

Mas agora todos querem você
CW:
É tipo, você sabe, sim, eu tenho potencial ilimitado no momento.

Então você faria os fãs felizes dizendo que vai pensar.
CW:
Eu certamente vou pensar. É engraçado. Eu passei todo meu tempo evitando a internet porque não quero – entrar em discussões com garotas de 15 anos da Alemanha, e é tipo como se eu tivesse que me concentrar em fazer o filme então nem sei sobre os possíveis rumores. Eu não sei os rumores negativos, nem os positivos. Eu só estou tentando fazer o melhor trabalho que posso mas é muito legal que as pessoas querem que eu faça isso. Eu acho demais.

Você acha que é possível fazer o Amanhecer?
CW:
Não, é difícil, quer dizer, sim dá para fazer. Qualquer coisa é possível. É difícil porque a seria fica mais ambiciosa. Sim da para fazer, da para fazer qualquer coisa.

Qual é a data que você tem que entregar o filme ao estúdio antes da entréia?
CW:
Ironicamente, é um dia antes do Halloween. Acho que é dia 30 de Outubro. Quando é a hora de começar as copias ou estamos com grandes problemas.

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